Poetas do Mundo
Atenas? Sócrates, Aristóteles, Platão?
Não! Zona Leste, Guilhermina Esperança, muitas vozes e ouvidos atentos a luz de um lampião.
Quando cheguei, olhei em volta e vi tanto brilho de alguns olhos que ofuscava a minha própria visão.
Vozes eufóricas, se atropelavam uma a uma, mas em uma sincronia tão absoluta, muito mais em complementação.
Gargantas afiadas dedos que apontavam ao céu, gestos motores e corporais que se não tivessem voz já diriam ao que vieram, mas a voz, ah, as vozes deste amados poetas se fazem necessária, nas suas provocativas, nas suas inquietudes, nas suas reinvidicações, nos seus dizeres, que brincam com as letras do alfabeto, com os sinônimos, antônimos e fazem rasgar e tremer nos brados de seus E ai como é? Como pode ser? Ou como seria melhor se fosse... ?
Ah amados poetas dos bairros, das ruas, das beiras, dos becos, das vias e vielas, dêem o nome que quiserem, vocês são poetas do mundo, poetas da emoção e fazem as vezes tenho certeza, que até mesmo sem saber direito, bater mais forte o de muitos e também o meu coração.
Parafraseando Caetano, mas vindo mais perto da minha amada, difamada, mau falada, distanciada, mas querida ZL, só tenho a dizer:
Alguma coisa aconteceu em meu coração, quando vi e ouvi vocês em torno daquele lampião.
Ane Roses
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