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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Segredos da Lua



Por volta do ano de 1520...
Cai a noite Guilhermina parecia não conseguir dormir. Um estranho calor tomava conta de seu corpo e o vulto daquele homem que invadira diversas vezes o seu sonho nos últimos dias parecia não sair de sua mente...ela podia vê-lo embora uma passagem rápida, sombreada, mas ela via por um segundo o seu rosto, um rosto forte, bem traçado, uma pele clara e olhos pretos e sombrios que pareciam atravessar o seu ventre.
_ O que foi minha filha? Acordada a esta hora?
_ Vim beber água tia... estava com sede.... - responde Guilhermina passando a mão no rosto e jogando os longos cabelos ruivos para trás.
_ Você está muito corada... deixa me ver... Você está ardendo em febre!!! Sente aqui que vou lhe dar algo, fazer um banho... menina... você não está bem minha filha...
_ É acho que não estou bem tia.... mas não precisa se preocupar, vou deitar... já já vou melhorar...
Enquanto isso na igreja:
_ O que aconteceu Frei Dartman, não conseguiu dormir?
_ Não! Estou a pensar... no dia que amanhece...
_ Não achas melhor uma boa noite de sono para...
_ Eu acho melhor tú ir dormir, já que teremos um dia deveras cheio de afazeres... me deixe sozinho e vá... 
Já seria o terceiro dia que Dartman não conseguia dormir, acostumado a poucas horas de sono ele nunca fora importunado nos seus sonhos nem pelas almas ruins que ajudara a condenar amparado pela inquisição.
Estaria nos últimos dias incomodado com um sonho recorrente onde uma mulher o olhava através de uma janela, uma mulher de longos cabelos avermelhados em uma janela  ao longe de um velho casebre.
Um casebre com um poço com um objeto amarrado em seu teto que chamaria sua atenção, uma lua de barro, uma lua de barro quebrada amarrada ao telhadinho do poço, ele ficaria por alguns segundos a olhar aquele artefato enquanto tentava seguir até aquele casebre, na direção daquela janela a qual quanto mais caminhava mais ela se afastava dele....
O que seria este sonho? O que seria este artefato? Quem seria aquela mulher...questões estas que estariam tirando o seu sossego, questões estas que seriam interrompidas pelo sol que acabava de se por e iluminava as arestas daquele mosteiro...

Ane Roses

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